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5 de julho de 2022

Evento marca o início de piloto do Projeto SemeAr em São Miguel Arcanjo

Distrito Agro Tecnológico (DAT) já conta com a adesão formal de mais de 40 pequenos e médios produtores rurais

O Projeto SemeAr – iniciativa que tem como objetivo desenvolver uma plataforma de inovação digital para o agronegócio, com soluções voltadas a demandas reais dos pequenos e médios produtores rurais – está anunciando o início da operação do Distrito Agro Tecnológico (DAT) de São Miguel Arcanjo, município localizado na região de Sorocaba, no interior paulista. O início do piloto foi marcado por um evento realizado na sexta-feira, 1.º/07, em que produtores rurais da região e representantes dos diversos parceiros nesse DAT tiveram a oportunidade de conhecer e visitar as instalações em São Miguel Arcanjo.

Mais de 40 produtores já formalizaram sua adesão a essa iniciativa, que vem sendo conduzida pelo CPQD em parceria com o Parque Tecnológico de Sorocaba/APL Agrotech, a Casa de Agricultura e a FAESP/SENAR de São Miguel Arcanjo – além da EMBRAPA, do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e do Instituto de Economia Agrícola (IEA), parceiros no Projeto SemeAr.

Baseado no conceito de “super fazenda digital”, o DAT funciona como um núcleo para a interação com os produtores rurais nos projetos implantados dentro da iniciativa SemeAr. No piloto em São Miguel Arcanjo, o DAT começa atendendo uma área geográfica com cerca de 330 agricultores de pequeno e médio porte, que têm como principais dificuldades a deficiência da conectividade na região e a intermediação na cadeia de comercialização de seus produtos – basicamente, uva, abobrinha e outros hortifruti.

“Escolhemos São Miguel Arcanjo para esse piloto porque abriga pequenos produtores que têm essa dificuldade de conectividade e de acesso à internet. Com a conectividade, eles terão acesso a informações atualizadas e, também, a capacitação e cursos online, que irão trazer melhorias para o desenvolvimento de suas lavouras e a comercialização de seus produtos”, afirma Nelson Cancellara, presidente do Parque Tecnológico de Sorocaba (PTS), responsável pelo Arranjo Produtivo Local (APL) Agrotech. “Nosso papel, como parque tecnológico, será transportar esse projeto para os outros municípios que compõem nosso APL Agrotech”, acrescenta.

Para o deputado federal Vitor Lippi (PSDB-SP), autor da emenda ao Orçamento Geral da União que destinou recursos para esse projeto, por intermédio da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados, a busca por soluções voltadas aos pequenos produtores rurais é um dos méritos principais da iniciativa SemeAr. “Esse projeto, sem dúvida, será um divisor de águas na vida dos produtores rurais. Entender a necessidade desses trabalhadores é buscar desenvolver soluções tecnológicas para melhorar a produtividade e a comercialização de seus produtos, diminuindo sua dependência dos atravessadores, ampliando as vendas diretas aos consumidores, melhorando a margem de lucro e, também, oferecendo melhores preços e qualidade nos produtos entregues ao consumidor final”, enfatiza o deputado.

Como responsável pelo DAT de São Miguel Arcanjo, o CPQD definiu o plano de conectividade para essa área, bem como os parceiros, a estrutura e os serviços de fazenda inteligente a serem oferecidos pelo provedor DAT. Trata-se de um grande laboratório de conectividade para áreas rurais, implantado pelo provedor de internet local SMANET, parceiro no projeto que irá atender os produtores da região. O plano definido pelo CPQD prevê a integração de várias tecnologias de conectividade sem fio: satélite banda larga SGDC da Telebras; rede privada 4G LTE/250 MHz da Trópico, para comunicação com tratores e máquinas agrícolas; rede LoRa, para os sensores instalados no campo, e rádio ponto a ponto, para prover acesso à rede Wi-Fi e conexão com o provedor de serviço.

Para atender a uma das principais demandas dos produtores rurais de São Miguel Arcanjo – a liberdade para comercializar seus produtos a um preço justo, sem intermediários -, diversas startups foram convidadas a participar do Match Connect SemeAr, iniciativa conduzida pelo CPQD e AgTech Garage, em parceria com entidades do setor agro e investidores. Três soluções de marketplace digital apresentadas nesse desafio foram selecionadas para a fase de validação pelos produtores do DAT, que culminou com a escolha da startup parceira para o piloto – a Muda Meu Mundo. Com atuação nos estados do Ceará e de São Paulo, a Muda Meu Mundo oferece uma plataforma desenvolvida para conectar pequenos produtores (e agricultores familiares) com o varejo, eliminando atravessadores e garantindo a definição de preços pelo produtor.

Outra parceria foi firmada com a startup Maneje Bem, que irá fornecer serviços de assistência técnica digital – o que inclui treinamentos, assistência técnica e uma rede de especialistas em manejo do solo, gestão de pragas, variedades e microclima. Para a capacitação dos produtores rurais que aderirem ao Projeto SemeAr em São Miguel Arcanjo, os parceiros são o SEBRAE e o SENAR-SP (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), braço educacional da FAESP.

Além disso, para facilitar a integração das soluções à infraestrutura de serviços de fazenda inteligente disponíveis no DAT, o CPQD está colocando à disposição dos parceiros plataformas e componentes tecnológicos desenvolvidos em seus laboratórios. Entre eles, destacam-se a plataforma aberta dojot, para a integração dos dados de aplicações de Internet das Coisas, a plataforma de Inteligência Artificial PlatIAgro e a plataforma Blockchain, que permite a rastreabilidade de produtos, além de recursos de interação inteligente.

“Com o Projeto SemeAr, o objetivo é acelerar a transformação digital do agronegócio brasileiro, levando serviços de fazenda inteligente para os pequenos e médios produtores rurais”, afirma Fabricio Lira Figueiredo, gerente de desenvolvimento de negócios em Agronegócio Inteligente do CPQD. “Para isso, estamos desenvolvendo e validando uma plataforma de referência, que inclui componentes tecnológicos, processos, modelos de operação e de sustentação econômica padronizados e estruturados. É o que está sendo feito no DAT de São Miguel Arcanjo e que, posteriormente, terá os resultados disseminados para outros municípios e regiões agrícolas”, conclui.

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