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25 de outubro de 2019

ForAGRI reúne ecossistema do agronegócio para discutir os desafios da transformação digital do setor

Os desafios e caminhos para a transformação digital do agronegócio foram o foco das apresentações e debates realizados durante o ForAGRI 2019 – Fórum Agronegócio Inteligente, que aconteceu na quarta-feira, 16 de outubro, nas instalações do CPQD. Mais de 270 pessoas participaram do evento, que reuniu produtores rurais, fornecedores de equipamentos, insumos e de soluções, startups, órgãos de fomento e institutos de pesquisa, entre outros atores que formam o ecossistema desse setor no país.

“Foi um evento bastante produtivo, na medida em que permitiu integrar esses atores e discutir os diversos aspectos relacionados à transformação digital do setor”, avalia Fabrício Lira Figueiredo, gerente de Desenvolvimento de Negócios em Agronegócio Inteligente do CPQD e responsável pela organização do ForAGRI. “Além disso, a presença de várias agtechs contribuiu para trazer para o evento a visão e a dinâmica dessas startups e, também, algumas soluções tecnológicas inovadoras que foram apresentadas no espaço de exposição, com ambiente para networking”, acrescenta.

A edição 2019 do ForAGRI foi aberta com um painel que teve como moderador Sebastião Sahão Júnior, presidente do CPQD, e contou com a participação de Cleber Soares, diretor executivo da EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária); Priscilla Rocha Silva Fagundes, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo; Marcos Machado, diretor do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), e de José Umberto Sverzut, assessor técnico da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).

“O agronegócio é um setor relevante para o país e para o próprio planeta”, enfatizou o presidente do CPQD, ao abrir o encontro. “É preciso levar a tecnologia ao campo para aumentar a produtividade e, ao mesmo tempo, garantir a sustentabilidade”, afirmou. O diretor da EMBRAPA também destacou a importância da sustentabilidade no contexto da transformação digital do agronegócio. E ressaltou outros pilares igualmente importantes, como a inovação aberta, a inclusão tecnológica de grande parte dos produtores rurais (hoje sem acesso a recursos de tecnologia) e as agtechs.

Walter Maccheroni, gerente de Inovação da Usina São Martinho, apresentou o caso de sucesso da empresa na palestra Canaviais 4.0. Em seguida, participou do painel Os Desafios da Transformação Digital no Agronegócio – Visão dos produtores, que teve moderação de Silvia Massruha, da EMBRAPA Informática, e também contou com as presenças de Álvaro Rodriguez, gerente de Open Innovation da Suzano, Marcelo Henrique Bassi, superintendente da Coopercitrus, e de Anderson Soares Pivotto, da Sicredi.

O terceiro painel do evento também abordou o tema Os Desafios da Transformação Digital no Agronegócio, porém na visão dos fornecedores da cadeia produtiva desse setor. Moderado pelo professor José Molin, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), o debate reuniu Roberto Biasotto, da empresa CNH Industrial, Caio Giaretta, do grupo AGCO, Leonardo Alves, da Alltech, e Guilherme Belardo, da Bayer.

Nos dois painéis, os desafios mencionados incluíram questões como a conectividade no campo – especialmente nas pequenas e médias propriedades rurais -, a necessidade de integração de soluções e dos dados disponíveis em diferentes plataformas, a segurança cibernética, a privacidade de dados, dificuldade dos produtores em absorver novas tecnologias, o custo dessas tecnologias e a falta de apoio técnico qualificado, entre outros fatores. Com o objetivo de oferecer alternativas para alguns desses desafios, Fabrício Figueiredo apresentou algumas soluções tecnológicas desenvolvidas pelo CPQD, com destaque para a arquitetura de conectividade baseada em LTE 4G, nas faixas de 250 e de 700 MHz, as plataformas abertas dojot (para o desenvolvimento de aplicações de Internet das Coisas) e IAgro (voltada a Inteligência Artificial) e, ainda, aplicações baseadas em tecnologia Blockchain para rastreabilidade de produtos (IoT) e gestão de identidade de pessoas e coisas.

Outro destaque da programação foi o painel com pitches de agtechs, que contou com moderação de José Tomé, CEO do hub de inovação em agronegócio AgTech Garage. Fizeram apresentações sobre suas soluções para o agronegócio: Pedro Godoy, da Pluvion, Andrei Grespan, da Tarvos, Reimar Carlesso, do Sistema Irriga, Bruno Biazetto, da Zeus, Tiago Albertini, da @Tech, e Fábio Penna, diretor da Agrint.

A programação do ForAGRI 2019 incluiu ainda painéis sobre os temas Conectividade e Aplicações para o Agronegócio (com moderação do CPQD e participação de representantes das empresas Trópico, John Deere, Solinftec e Climate Corporation) e Dados e Inteligência Artificial para o Agronegócio (com a presença das empresas IBM, Safe Trace, EY, Agrusdata e Embrapa Informática e moderação de Rodrigo Tsukahara, da Fundação ABC). O último painel da tarde abordou Empreendedorismo e Inovação no Agronegócio Brasileiro e foi moderado pelo CPQD, com a participação de Ana Arroio, da EMBRAPII (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), Flávio Zaclis, da Barns Investimentos, e de Alexandre Chequim, da DigiFarmz.

Os conteúdos das palestras e painéis do ForAGRI estão disponíveis para os interessados em https://joinups.cpqd.com.br/foragri/

Treinamentos e Tecnologia

Além da trilha principal de debates, o ForAGRI ofereceu uma trilha de treinamentos nas plataformas tecnológicas do CPQD. Ao longo do dia, foram apresentadas as principais características da Plataforma IA (Inteligência Artificial), que está em desenvolvimento, e também alguns pontos relevantes da plataforma dojot, voltada à criação de aplicações IoT. Com o objetivo de executar o processo completo de treinamento de modelos de machine learning (um dos temas de IA), os participantes, divididos em duplas, receberam tarefas relacionadas ao agronegócio.

Para realizar essa tarefa, as duplas tiveram acesso ao protótipo da plataforma de IA para o Agronegócio, o que facilitou o processo de criação de modelos. Após o treinamento e teste do modelo gerado, as duplas puderam implantar o modelo de melhor acurácia em até três aplicações preparadas especialmente para o evento: falha em máquinas, precificação de frutas e irrigação automática (neste caso, o uso da plataforma dojot facilitou a atualização dos modelos dos dispositivos gerenciados e mostrou a sinergia entre duas plataformas desenvolvidas pelo CPQD).

Após a implantação do modelo, novos dados foram enviados com o objetivo de permitir o monitoramento da sua acurácia ao longo do tempo, por meio de interfaces gráficas. Na avaliação dos participantes, o resultado das experiências foi bastante positivo.

O ForAGRI teve ainda a trilha Tecnologia, que contou com moderação de Lilian Anefalos, diretora do Núcleo de Inovação Tecnológica do Instituto Agronômico – IAC. Apesar de mais compacta do que na edição de 2018, essa trilha – que foi um show à parte – manteve o foco em tecnologias na fronteira do conhecimento: Conectividade, Inteligência Artificial, Blockchain e IoT, relacionadas às plataformas digitais dojot e IAgro (desenvolvidas pelo CPQD), e Automação e Robótica. As apresentações foram realizadas pelo professor Angel Pontin Garcia, diretor da FEAGRI/Unicamp  e coordenador do Laboratório de Instrumentação e Controle, e pelos líderes técnicos do CPQD Carlos Lorena Neto, Guilherme Fôlego e Fernando Marino.

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