Fórum da Anatel destaca a importância da certificação de produtos de telecomunicações
Evento realizado no CPQD também apresentou algumas das principais inovações e discutiu desafios do setor
Garantir a qualidade dos serviços de telecomunicações e a segurança do consumidor são os principais objetivos do processo de certificação de produtos estabelecido pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). E esse processo deve estar constantemente alinhado à evolução tecnológica, que traz avanços e novas facilidades para os usuários, bem como novos desafios para os fornecedores de soluções e serviços.
Algumas das principais inovações e desafios do setor de telecom foram assunto de palestras e discussões no Fórum de Certificação 2022, realizado pela Anatel, no dia 17 de novembro, nas instalações do CPQD, em Campinas (SP). O evento reuniu representantes da indústria, de operadoras, de laboratórios e de organismos de certificação de produtos de telecomunicações, além de instituições de pesquisa e desenvolvimento.
Executivos da Anatel ressaltaram a importância da comercialização de produtos homologados e apresentaram algumas ações recentes da Agência – entre elas, o Plano Nacional de Combate à Pirataria. Suzana Rodrigues, que representou o presidente da Anatel Carlos Baigorri, destacou o reconhecimento do Brasil no cenário mundial da avaliação da conformidade de produtos de telecomunicações e, ainda, a importância da parceria entre as iniciativas pública e privada para o sucesso do processo de certificação.
Vinicius Oliveira Caram, superintendente de Outorga e Recursos à Prestação da Anatel, lembrou que novas tecnologias estão entrando no mercado brasileiro de telecomunicações – como o 5G que, segundo ele, já conta com mais de 80 modelos de smartphones homologados e cerca de 3 milhões de usuários no país. “O desafio do setor agora é monetizar as novas tecnologias, com a criação de novas aplicações e ecossistemas, em áreas como utilities, redes privativas e indústria 4.0, por exemplo”, enfatizou.
Já Hermano Barros Tercius, superintendente de Fiscalização da Agência, apresentou resultados do Plano Nacional de Combate à Pirataria. “Tivemos uma queda de quase 50% nas apreensões de produtos não homologados neste ano, em relação a 2021, embora a fiscalização tenha sido intensificada”, afirmou. “Em decorrência disso, houve uma mudança de comportamento e um aumento significativo nos pedidos de certificação de produtos”, acrescentou.
A programação do evento incluiu também apresentações de empresas, laboratórios e instituições de ciência e tecnologia (ICTs) sobre temas como segurança cibernética, redes Open RAN, tecnologias 5G FR2 (ondas milimétricas), de 6.ª Geração e WiFi 7.
Gustavo Correa Lima, gerente de Soluções de Conectividade do CPQD, falou sobre o conceito de Open RAN, suas vantagens, pilotos e experiências no mundo e, ainda, apresentou algumas iniciativas do CPQD nessa área. Entre elas, destacou o projeto Plataforma 5G BR, que vem sendo desenvolvido com recursos do FUNTTEL (Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações) do Ministério das Comunicações, e o programa OpenRAN Brasil, conduzido pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) em parceria com o CPQD, com o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Destacou também o lançamento da solução C2n, plataforma de core de rede convergente 4G/5G voltada para redes privativas, e iniciativas relacionadas à aplicação de Inteligência Artificial na gestão de redes e ao uso de blockchain para compartilhamento de infraestrutura.