Cidades inteligentes: pilotos IoT do CPQD, em Campinas, têm execução aprovada pelo BNDES
Incentivar o desenvolvimento de aplicações de Internet das Coisas (IoT) no ambiente urbano, especialmente nas áreas de segurança pública, mobilidade, eficiência energética e defesa civil. Esse é o principal objetivo do projeto de pilotos IoT para cidades inteligentes do CPQD, que acaba de ter sua execução aprovada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O aporte do BNDES para o projeto é de R$ 2,98 milhões.
A proposta do CPQD é implantar quatro casos de uso inovadores de Internet das Coisas, em um ambiente real e de grande relevância nacional – a cidade de Campinas, no interior de São Paulo. Os casos de uso integram as quatro camadas da IoT (dispositivos, conectividade, suporte à operação e segurança) e são interoperáveis, por meio da utilização da plataforma de código aberto dojot, desenvolvida pelo CPQD.
“Trata-se de um projeto complexo, que contempla várias aplicações IoT destinadas a melhorar a vida do cidadão nas cidades inteligentes”, afirma o presidente do CPQD Sebastião Sahão Júnior. Ele lembra que, de acordo com o estudo Internet das Coisas: Um plano de ação para o Brasil, realizado para o BNDES e o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (pelo consórcio formado pela McKinsey, CPQD e Pereira Neto/Macedo Advogados), as cidades apresentam desafios tanto para os gestores públicos como para a iniciativa privada, em diversas áreas. “Com o uso adequado de tecnologias IoT, é possível superar esses desafios e contribuir para a maior eficiência da gestão e a melhoria da qualidade dos serviços prestados à população das cidades”, acrescenta.
Para atender à complexidade do projeto, os dois pilotos contemplados no plano aprovado pelo BNDES serão conduzidos pelo CPQD em conjunto com um ecossistema formado por 15 parceiros – entre usuários (secretarias e empresas públicas, por exemplo), startups, empresas de serviços até gigantes globais de tecnologia, com atuação nos diversos elos da cadeia da IoT.
Os pilotos
O primeiro piloto é composto por três casos de uso, que têm como foco os desafios de ampliar a capacidade de vigilância e de monitoramento de áreas da cidade para mitigar situações de risco à segurança do cidadão. Uma dessas aplicações envolve o uso de videomonitoramento, com câmeras de alta definição, auxiliado por visão computacional, com o objetivo de aumentar a produtividade dos agentes de segurança pública.
Outro caso de uso consiste em um portal de monitoramento de veículos e placas, visando aprimorar a segurança e a mobilidade urbana. Para isso, a intenção é ampliar o número de portais de reconhecimento e identificação de veículos equipados com câmeras inteligentes conectadas via tecnologia sem fio IoT de última geração.
O terceiro caso de uso desse piloto prevê a medição de microclima na área urbana, por meio de estações meteorológicas compactas e conectadas que funcionarão integradas a sensores de nível de rios em pontos estratégicos da cidade. Isso permitirá fornecer dados relevantes, no tempo apropriado, para a Defesa Civil emitir alertas que poderão mitigar o impacto causado por desastres ambientais.
O segundo piloto do projeto envolve o caso de uso de uma plataforma de telegestão para iluminação pública, a ser implantada em uma área do centro da cidade. “O objetivo é melhorar a prestação do serviço de iluminação pública, principalmente no que se refere à tarifação baseada no consumo real de energia, além de habilitar novos modelos de negócios para serviços que agreguem valor à rede de iluminação pública, como a microlocalização de ativos e a própria conectividade das estações meteorológicas compactas”, afirma Maurício Casotti, gerente de Desenvolvimento de Negócios em Cidades Inteligentes do CPQD.
Além da implantação e integração dos casos de uso, o projeto também inclui a avaliação dos resultados e impactos da aplicação de IoT na cidade. A intenção é não só validar a tecnologia ou as soluções implantadas, mas, principalmente, avaliar sua aplicação no ambiente urbano, de forma a permitir extrair lições que irão orientar a disseminação da experiência para outras cidades. “A proposta do nosso projeto é integrar e validar todas essas soluções no living lab de Campinas, para que seu uso possa ser replicado em outras cidades brasileiras”, enfatiza Casotti. “Tão importante quanto a avaliação é a divulgação para a sociedade do aprendizado acumulado ao longo da execução dos pilotos”, conclui.