CPQD apresenta solução de identidade digital descentralizada em evento no Banco Central
A solução FinID – Identidade Digital Descentralizada para o setor financeiro, desenvolvida pelo CPQD dentro do LIFT – Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas, foi apresentada em um evento importante em Brasília: o LIFT Day, que aconteceu na sede do Banco Central, no dia 12 de março. Foi um evento dedicado à apresentação dos 17 projetos desenvolvidos na segunda edição do LIFT – uma iniciativa colaborativa e virtual coordenada pelo Banco Central -, que foi realizada ao longo de 2019.
Na abertura do LIFT Day, Roberto de Oliveira Campos Neto, presidente do Banco Central, falou sobre duas iniciativas importantes da instituição que dependem fortemente do uso de tecnologias inovadoras: o sistema de pagamento instantâneo PIX e o Open Banking. “Os dois projetos vão se cruzar em um sistema instantâneo, interoperável e aberto”, enfatizou.
Baseada no conceito de identidade digital descentralizada – ou autossoberana -, a solução FinID foi apresentada por José Reynaldo Formigoni, gestor de Soluções Blockchain do CPQD. Ele explicou que, de acordo com esse conceito, o próprio dono (holder) da identidade digital é o responsável pelo controle e gestão dos seus dados – o que é compatível com a Lei Geral de Proteção dos Dados Pessoais (LGPD), que entra em vigor em agosto. “A identidade digital descentralizada é composta por várias credenciais eletrônicas emitidas por diferentes identificadores participantes (também chamados de agentes) que fazem parte de uma rede blockchain”, disse.
Formigoni lembrou que o conceito de identidade digital descentralizada foi criado para criar uma camada de identidade segura de pessoas (físicas e jurídicas) e coisas na internet. “No sistema atual, o usuário tem uma identidade digital para cada instituição financeira com a qual tem relacionamento. Com a identidade digital descentralizada, essa credencial (formada pelos dados pessoais e os diversos identificadores) fica de posse do usuário, que pode apresentá-la a outras instituições financeiras com as quais não se relaciona, mas que têm uma oferta do seu interesse”, acrescentou.
Segundo Formigoni, esse conceito – já adotado em vários países – deverá ser utilizado no Brasil em outros projetos coordenados pelo Banco Central, como o open banking, por exemplo, que envolve a troca de informações sobre usuários entre os bancos e o PIX – a nova plataforma de pagamentos instantâneos. “O FinID foi desenvolvido para ser a camada de identidade digital desses dois projetos”, enfatiza.
Além de apresentar a ideia, o CPQD desenvolveu toda a tecnologia do FinID – que inclui a infraestrutura de simuladores de bancos, o aplicativo e os sites de demonstração para a prova de conceito (PoC), que foi concluída em novembro. O relatório final do trabalho, com mais de 70 páginas, que foi entregue ao Banco Central, descreve cada uma das funcionalidades do sistema e apresenta suas principais contribuições ao sistema financeiro brasileiro. Durante o desenvolvimento da PoC, o CPQD contou com apoio de um grupo de profissionais formado por especialistas do Banco Central e da R3 Corda, como parceira tecnológica – o que foi fundamental para que a solução fosse criada de modo compatível para integração ao framework Corda, que é o protocolo DLT mais utilizado pelo setor financeiro atualmente.
O relatório final do trabalho será publicado em breve na segunda edição da revista do LIFT.