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19 de abril de 2022

Desinfecção de ambientes por radiação ultravioleta é o foco de projeto desenvolvido pelo CPQD com a startup UVCtec

A infecção hospitalar é um problema sério não só para os pacientes internados como também para os próprios hospitais – especialmente os públicos ou filantrópicos que atendem pelo SUS -, devido ao forte impacto econômico e financeiro gerado pelos custos relacionados ao prolongamento do período de internação. Com o objetivo de contribuir para a redução dos casos de infecção causada por microrganismos como vírus, bactérias e fungos, a startup brasileira UVCtec vem investindo na tecnologia de radiação ultravioleta (UV) e, em parceria com o CPQD, está desenvolvendo uma nova geração de equipamentos para desinfecção de ambientes como hospitais, clínicas e consultórios médicos e odontológicos.

“Com o uso de tecnologia UV, é possível reduzir em até 30% os casos de infecção hospitalar, o que, além de diminuir os riscos para os pacientes, traz ganhos financeiros e de imagem também para os hospitais”, afirma Oscar Torres, diretor da UVCtec Tecnologia. “Para o SUS (Sistema Único de Saúde), essa redução pode gerar uma economia significativa, da ordem de R$ 6 bilhões ao ano”, enfatiza.

Formada por engenheiros e pesquisadores da área de biossegurança, a UVCtec nasceu no início da pandemia de Covid-19 com foco no desenvolvimento de equipamentos de desinfecção por radiação ultravioleta faixa C (UV-C) para variados ambientes. Sua Unidade Móvel de Desinfecção por Ultravioleta (UMDUV), atualmente disponível em duas versões, passou por testes de validação de eficácia na Faculdade São Leopoldo Mandic, uma das principais instituições de ensino superior do país nas áreas de Medicina e Odontologia.

“A eficácia da desinfecção por radiação UV-C depende de três fatores: fluência fornecida aos microrganismos, distância e tempo de exposição. Desde que esses parâmetros sejam utilizados adequadamente, a radiação ultravioleta tem efeito biocida, ao inativar os vírus, bactérias ou fungos”, explica o professor doutor Victor Montalli, especialista em patologia bucal e coordenador do estudo de validação realizado na Faculdade São Leopoldo Mandic. Após os ensaios e a validação científica em ambiente clínico real – de acordo com as normas da Anvisa -, a instituição de ensino adquiriu equipamentos da UVCtec para todas as suas clínicas de graduação e pós-graduação, onde vêm sendo utilizados ao menos três vezes por dia, com o intuito de oferecer mais segurança a alunos, professores, pacientes e colaboradores.

Ao mesmo tempo, a UVCtec e a São Leopoldo Mandic firmaram parceria com o CPQD para o desenvolvimento da segunda geração da Unidade Móvel de Desinfecção por Ultravioleta, que está em fase de testes – o MVP (produto mínimo viável) deverá estar disponível em maio. “O modelo atual trabalha com regras matemáticas para determinar o tempo que precisa permanecer ligado para inativar os microrganismos. A nova geração terá capacidade para se comunicar com sensores inteligentes, que indicarão também se a quantidade de radiação emitida foi adequada para isso”, compara Marcos Sanches, gerente de Soluções em Sensoriamento do CPQD.

Além de desenvolver os novos sensores, que serão distribuídos no ambiente a ser desinfectado, o CPQD também está integrando a solução da UVCtec à plataforma aberta dojot, voltada a aplicações de Internet das Coisas (IoT). “A dojot irá receber os dados dos sensores e prepará-los para utilização na geração de modelos de Inteligência Artificial destinados a ajudar em análises preditivas, por exemplo. Essa integração entre IoT e IA está sendo realizada com o apoio de recursos da Softex”, acrescenta Norberto Ferreira, gerente de Soluções Sistêmicas de IoT e IA do CPQD.

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