Plataforma aberta dojot ganha a versão Defendu
O CPQD está lançando uma nova versão da plataforma aberta dojot, que tem como objetivo acelerar o desenvolvimento de aplicações de Internet das Coisas (IoT) voltadas à realidade brasileira. Batizada de Defendu, a nova versão traz um conjunto significativo de melhorias, que permitem agilizar ainda mais o desenvolvimento de soluções. Além disso, agora está disponível em um novo modelo de licenciamento – a licença Apache.
“A mudança para o modelo Apache, que é uma licença permissiva de software open source, atende uma demanda das empresas interessadas em utilizar a dojot”, explica Rafael Augusto Scaraficci, coordenador técnico do projeto da plataforma no CPQD. “Esse modelo dá mais flexibilidade ao uso da licença, o que deverá estimular e ampliar a adoção da dojot”, acrescenta.
Scaraficci ressalta que o serviço de integração da plataforma com dispositivos IoT foi totalmente refeito, com foco na escalabilidade e segurança. “Foram feitos testes em laboratórios com mais de 100 mil conexões simultâneas e seguras. E a arquitetura da dojot permite ampliar ainda mais a escala da solução, conforme a necessidade”, enfatiza o especialista.
Ele destaca também a reformulação total do serviço de emissão de certificados digitais para dispositivos, com base nas boas práticas, como mais um reforço nos recursos de segurança da plataforma. E, ainda, a disponibilidade de uma nova aplicação de dashboard customizável, que permite o ajuste da visualização dos dados às necessidades de cada caso de uso. “Em alguns casos, é possível até dispensar o investimento no desenvolvimento de uma aplicação específica”, afirma Scaraficci.
Lançada em 2017, a plataforma dojot nasceu como uma proposta open source brasileira. Atualmente, possui uma comunidade de usuários distribuída por diversas empresas e instituições, de diferentes setores, que a utilizam no desenvolvimento de aplicações IoT em áreas distintas – por exemplo, telemetria de veículos, monitoramento de microclimas, sensoriamento inteligente no campo, gestão de iluminação pública, integração de eletropostos e veículos elétricos e monitoramento remoto de idosos e doentes crônicos, entre outras.
Em dezembro, durante o Workshop RNP 2020, foram apresentados os resultados de um estudo comparativo entre a dojot e duas outras plataformas IoT de código aberto: FIWARE, criada pela Comissão Europeia, e InterSCity, iniciativa financiada pelo programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT). Conduzido pelo Instituto Federal de Goiás e Universidade Federal de Goiás, o estudo teve caráter prático e envolveu o desenvolvimento de uma aplicação IoT voltada para escritórios inteligentes, utilizando as três plataformas. O resultado apontou a dojot como a plataforma que apresenta maior facilidade de desenvolvimento, por três motivos: oferecer uma visão mais concisa e integrada dos serviços, níveis de abstração mais altos para a criação de contexto (templates, dispositivos, fluxos) e maior flexibilidade para manipulação de contextos.