Qualcomm, CPQD, Trópico e Inatel anunciam acordo com foco no desenvolvimento de produtos para redes Open RAN 5G 3GPP
A Qualcomm, o CPQD, a Trópico e o Inatel acabam de anunciar um acordo de colaboração que tem como objetivo realizar um estudo no Brasil visando o desenvolvimento de soluções para redes Open RAN 5G 3GPP. A intenção é avaliar os requisitos e oportunidades do mercado de Open RAN no país e, com base nessas informações, detectar a possibilidade de implementar small cells com base no Design de Referência da Qualcomm.
O Open RAN (O-RAN) é um dos tópicos mais importantes do setor de telecomunicações e envolve o desenvolvimento de hardware, software e de interfaces abertos, permitindo a interoperabilidade em redes celulares. Nesse contexto, a colaboração é uma iniciativa fundamental para fomentar o ecossistema nessa área no país e ampliar as opções de fornecedores de soluções O-RAN inovadoras, desenvolvidas em cooperação com empresas brasileiras.
“O CPQD vem investindo em Open RAN nos últimos quatro anos e em soluções para redes abertas no geral há muito mais tempo”, lembra o presidente Sebastião Sahão Junior. “Acreditamos que soluções abertas e interoperáveis não são apenas uma tendência, mas uma oportunidade fundamental para tornar as redes 5G e de futuras tecnologias ainda melhores, mais baratas e seguras. Além disso, abrem oportunidades para tornar a indústria brasileira mais competitiva e relevante no ecossistema global”, destaca.
Para Paulo Cabestré, presidente da Trópico, a parceria é uma iniciativa importante para alavancar o plano da empresa de oferecer Soluções Integradas de Conectividade e Aplicações para 5G O-RAN. “A parceria com a Qualcomm Brasil e os dois maiores centros de pesquisa e desenvolvimento no Brasil cria uma poderosa colaboração que permitirá o desenvolvimento de um portfólio 5G O-RAN mais adequado aos mercados brasileiro e latino-americano”, enfatiza Cabestré.
“O Inatel pretende contribuir com sua experiência e espírito pioneiro em telecomunicações e comunicações móveis 5G e 6G, oferecendo à indústria nacional a possibilidade de atender às demandas do nosso país e criando um ambiente que desenvolva o conhecimento, com a capacitação de profissionais de telecomunicações alinhada com as principais tendências do mercado”, afirma Carlos Nazareth Motta Marins, diretor da Inatel.
“A Qualcomm Technologies acredita firmemente na P&D, impulsionando um roadmap de tecnologia e definindo o ritmo da inovação em todos os setores, desde dispositivos móveis, conectividade, IoT e outros. Estamos muito orgulhosos de colaborar na integração das mais recentes soluções Qualcomm 5G RAN com empresas locais, para fomentar o ecossistema regional e criar o caminho para a rede moderna”, diz Silmar Palmeira, diretor sênior de produtos da Qualcomm Serviços de Telecomunicações Ltda.
O anúncio do acordo de cooperação no Brasil recebeu aprovação dos ministros Fábio Faria, das Comunicações, e Marcos Pontes, da Ciência, Tecnologia e Inovações. “A iniciativa anunciada para desenvolver equipamentos 5G Open RAN, com a participação ativa de empresas e entidades de pesquisa brasileiras, é auspiciosa e crucial neste momento de disrupção tecnológica. O bem-sucedido leilão do 5G realizado se beneficiará significativamente do acordo, que posiciona o Brasil à frente na América Latina, como o primeiro país a desenvolver negócios já baseados na arquitetura Open RAN,” enfatiza Fábio Faria.
Para Marcos Pontes, “o acordo que está sendo firmado entre a Qualcomm Brasil e os institutos de pesquisa brasileiros, CPQD e Inatel, tem profunda sinergia com os projetos e programas que o MCTI tem apoiado na área de comunicações avançadas, em especial aqueles executados por essas duas instituições voltados para o desenvolvimento de tecnologias 5G, OPEN RAN e 6G. Assim, materializa-se o ciclo da inovação, onde essa rede de institutos de pesquisa trabalhando com a indústria irão transformar conhecimento em riqueza.”
O Radio Access Network (RAN) é a última milha na borda de uma rede celular. Inclui processamento de banda base e torres de celular com antenas que fazem a interface com dispositivos celulares, para transmitir/receber dados por meio de um sinal de radiofrequência (RF).
A arquitetura RAN tradicional depende de hardware e software especializados de um único fornecedor, que controla toda a RAN. A falta de relacionamento entre fornecedores limita a inovação, pois envolve o uso de equipamentos e interfaces proprietários, que oferecem pouca ou nenhuma flexibilidade, falta de opções e custos mais elevados.
O princípio do Open RAN é fornecer um design interoperável baseado em um hardware de um fornecedor neutro e interfaces independentes, que suportem padrões abertos e desenvolvimento comunitário. Um ecossistema interoperável é projetado para permitir que as operadoras combinem todos os componentes RAN de diferentes fornecedores. A flexibilidade de trabalhar com novos parceiros ajuda a trazer a inovação necessária para permitir que os desenvolvedores forneçam soluções e serviços originais.